Mais uma reviravolta surpreendente na luta grega contra o Fundo Monetário Internacional (FMI), agora nos últimos rounds, antes do plebiscito de domingo.
O Fundo Monetário Internacional anunciou, segundo o jornal inglês The Guardian, que está disposto a participar de um empréstimo extra de até € 60 bilhões (R $ 42 bilhões) nos próximos três anos, uma redução da dívida em larga escala e 20 anos de prazo de “alívio”, ” para criar um espaço para respirar e estabilizar a economia”.
O Fundo, que apesar de uma presidente francesa tem o comando dos EUA e do Reino Unido (que vive também a expectativa de um plebiscito sobre o grau de adesão à União Europeia) tirou o tapete dos alemães, que estavam bancando uma posição de “tudo ou nada”, esperando a derrubada do governo de Alexis Tsipras.
Tsipras reagiu imediatamente abrindo a porta para o entendimento afirmando que essa proposta “nunca foi colocada durante as negociações”, e insistiu que o “não” no plebiscito não é a negação da Europa, mas uma afirmação de que “o povo grego não pode ser sangrado por mais tempo. ”
A postura do FMI, embora credor minoritário dos gregos (veja o gráfico) , é um profundo abalo na pressão alemã, que apostou da “faca no pescoço” dos gregos. Um alto funcionário do Fundo, segundo o Guardian, disse que “se estamos pedindo aos gregos para fazer as coisas muito difíceis, também estamos pedindo aos europeus que façam algo muito difícil”.
Claro que o Fundo continua a exigir cortes nas despesas gregas, mas abriu um profundo “racha” com a posição europeia, comandada por Angela Merkel, mas isso representou uma cunha (desculpem pela palavra) no bloco dos credores.
Há algo acontecendo na aliança americano-europeia, podem ter certeza.
Neste jogo, ninguém prega prego sem estopa.
Mas abriu-se um espaço para os gregos.
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