A abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff repercutiu nos principais jornais internacionais. O britânico The Guardian citou que Dilma inicia uma “luta por sua vida política” depois do primeiro processo de impeachment aberto em mais de 20 anos no país.
O veículo aponta que o país “deslizou profundamente em uma crise” e que a economia sofre sua pior recessão desde a Grande Depressão. O jornal citou o discurso da presidente, que expressou sua indignação diante da decisão de Cunha e afirmou que não há evidências de nenhuma irregularidade cometida por ela. O The Guardian também lembra que, no início do ano, Cunha afirmou que um impeachment seria um passo para trás na democracia.
O Wall Street Journal, dos Estados Unidos, citou frase de Eduardo Cunha que disse não estar feliz em tomar essa decisão.
O espanhol El País escreveu que Cunha decidiu aceitar uma das 28 petições de impeachment apresentadas este ano contra a presidente,”reeleita em outubro de 2014 e imersa em uma crise política e econômica que assombra seu governo durante todo o ano”.
“Muito do discurso meteórico de Dilma Rousseff consistiu em um ataque pessoal a Cunha”, informou o El País, acrescentando que, de fato, em um momento ele disse que não tinha contas no exterior – o momento foi a CPI da Petrobras, no início do ano.
O Financial Times destacou que a abertura de impeachment é baseada em “crimes de responsabilidade” (as chamadas pedaladas fiscais). O jornal destaca que Cunha “atendeu ao chamado das ruas”, como escreveu o deputado em sua conta no Twitter.
O norte-americano New York Times salientou que o processo aumenta a pressão sobre a líder “sitiada” em um momento em que Dilma está “abraçada” a uma grave crise econômica e a um escândalo “colossal” de corrupção, se referindo aos desdobramentos da Operação Lava Jato. “O impasse reflete um nível de lutas políticas no Brasil que tornam cada vez mais difícil para Dilma Rousseff governar o país efetivamente”, comparando o momento ao tumulto político gerado com o impeachment de Collor em 1992.
O El Clarin, da Argentina, diz que o a crise política já advém desde o início do ano.
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