A viagem espacial deixou-nos ver o mundo inteiro com clareza sem precedentes, escreve o coronel Chris Hadfield. Agora só precisa escolher nosso próximo destino.
Cel. Chris Hadfield é ex-comandante da Estação Espacial Internacional, o primeiro canadense a caminhar em órbita fora da Estação, e o primeiro canadense a operar o Canadarm. Aqui, aspectos abordados pelo astronauta icônico sobre a majestade do espaço:
Se você fosse um plutoniano e quando olhasse para cima, há algumas semanas atrás, teria uma visão surpreendente. Havia, no céu eternamente negro, uma engenhoca de metal brilhante do tamanho de um pequeno Buick (marca americana de carro). De repente apareceu perto como um pequeno sol, e passou rapidamente de horizonte a horizonte, desaparecendo na escuridão.
Você teria imaginado ser um tentáculo alienígena. Coçou sua cabeça e deduziu ser um ET dentro de um UFO. Você teria perguntado a seus amigos plutonianos: “O que foi isso?” E “De o vem?” E, assombrosamente, “Estamos sozinhos no Universo, como apareceu esse objeto?” E você teria olhado para o céu com uma admiração e curiosidade renovadas; um respeito tanto por sua imensidão e sua variedade infinita.
Essa engenhoca brilhante foi a sonda New Horizons que pesquisa e envia as informações vistas de volta para nós. Aqui também, e claro em todo o sistema solar, muitos imaginam que a vida inteligente no planeta Plutão é altamente improvável. Isso será visto como uma louca elucubração. Mas há, sim, também aqui na Terra, construtores de pequenas embarcações que têm vindo pesquisar. Oras, eles também devem se fazer essas mesmas perguntas há milênios.
Até muito recentemente, as nossas viagens para o espaço exterior eram pura fantasia. No estilo épico grego de Voltaire em “Micrômegas”. A imaginação de nossos antepassados forjou imensas possibilidades n Universo. Com a invenção do telescópio, o fervor só se intensificou. Quando Galileu mostrou ao mundo os anéis de Saturno e as luas de Júpiter, e Percival Lowell e Ray Bradbury escreveram sobre os canais de Marte. Tudo isso só instigou o ser humano a explorar mais e mais.
Mas, como viajar no espaço? Muitos céticos consideravam o feito impossível.
Em 1920 o cientista de foguetes Robert Goddard escreveu um artigo postulando o uso do combustível de foguete para lançar uma nave para o espaço – talvez até a caminho da lua. Suas ideias não foram aprovadas e ainda tiveram uma recepção devastadora da mídia. Os artigos o ridicularizaram.
O New York Times em “Tópicos do Times,” uma característica editorial da página do jornal, rejeitou a noção de que um foguete poderia funcionar em um vácuo e comentou sobre as ideias de Robert H. Goddard, o pioneiro de foguetes, como segue:
“Esse professor Goddard com sua” cadeira “em Clark College e da countenancing da Smithsonian Institution, não sabe nada sobre a lei de ação e a reação, e da necessidade de algo melhor do que o vácuo contra o qual reagir. O que diz é um absurdo. É claro que parece ele não ter o conhecimento daquilo que ensina diariamente em nossas escolas secundárias”. Mas, 49 anos depois, Apollo 11 levou para a Lua, provocando o The New York Times a imprimir a maior correção em jornal já vista.
No entanto, a implacabilidade da invenção humana, não só encontrou uma maneira de lançar o Sputnik 1 em 1957, mas o ousado Gagarin em órbita em 1961. E Armstrong e Aldrin pousaram na Lua apenas oito anos mais tarde. Hoje, há seis pessoas que vivem fora da terra; na verdade, tivemos a presença humana contínua na Estação Espacial Internacional durante os últimos 15 anos, desde novembro de 2000. Desde essa época o ser humano já coloniza o espaço, certa maneira.
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