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Channel: Artigos – Sylvia Regina Pellegrino
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Cidades de Papel de John Green

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Cidades-de-PapelA história de John Green em Cidades de Papel é sobre Quentin, um garoto em seu último ano de escola, que é apaixonado por sua vizinha e, em sua opinião, o seu milagre: Margo Roth Spielgelman, a garota mais amada da escola. Quentin e Margo são amigos de infância, brincavam sempre juntos, estavam sempre juntos. Um dia encontram um corpo, em Jefferson Park, de um homem morto, (isso irá ter importância ao desenrolar da história). Com o tempo, cada um segue um caminho diferente, mas os dois lembram daquele homem

Anos depois, em uma noite, Margo aparece na janela de Quentin o convidando para uma aventura, e ele aceita. Os dois invadem o Sea World, deixam três bacalhaus de presente para alguns amigos de Margo, visitam o SunTrust e depilam a sobrancelha de Chuck. No SunTrust, os dois conseguem enxergar quase toda a cidade de papel que é Orlando. Quando chega em casa, Q percebe que aquela foi a melhor noite de sua vida.

Porém, tudo muda quando Margo some no dia seguinte. Não é a primeira vez, e ela sempre deixa dicas de onde foi para alguém, seja na sopa de letrinhas ou em um comentário anônimo na internet. Depois de uns dias, o sumiço já está muito longo e todos ficam preocupados, e Q resolve investigar o paradeiro de Margo.

Em meio às investigações, cidades de papel e locais abandonados, o livro tem um ritmo tranquilo e conquistador, típico do Green. A história envolve o leitor, quando começam a investigar o sumiço de Margo junto à Q. As dicas levam a vários lugares, porém apenas um é o certo. Q tem certeza de onde Margo está quando vê um comentário online do jeito que apenas ela escrevia, e mesmo que esse lugar talvez nem existisse, ele vai atrás dela com Lacey, Ben e Radar.

A escrita de John é fácil, tem leveza. Mas, apesar de John Green ter uma habilidade de escrita rara, sua premissa é fraca. Todo mérito de Cidades de Papel está exatamente nesse mote, pois o pano de fundo do enredo em si não revelou nada de extraordinário. A história começa por envolver o leitor nas aventuras de vingança protagonizadas por Margo juntamente com Quentin. Ao desenrolar dos acontecimentos no dia seguinte na escola, cai consideravelmente durante a investigação e a procura por Margo. Outro ponto que não chegou a convencer para dar solidez e consubstanciar a história foi a tentativa de relacionar o dilema existencial da protagonista com a abordagem temática do livro: ‘Cidades de papel’ ou cidades que não existem. Não relacionei essa metáfora com o título “Cidades de Papel.

Não posso dizer que o leitor fica entediado. Apesar de não deixar de ler, precisava chegar ao final. Foi onde me decepcionei, achei o final muito previsível, Mas, justiça seja feita o desenrolar da trama é interessante e a melhor parte é perceber que o autor pesquisou muito para escrever o livro. O que deve ter sido cansativo e longo. Outra coisa a ressaltar é que mais uma vez ele mostrou ser um autor talentoso e dedicado, que se importa com todos os detalhes. Cidades de papel tem romance, aventura, festas e tudo se encaixa perfeitamente, formando uma boa história.

O livro mostrou como as pessoas são apenas seres humanos. E devemos olhá-las dessa forma. Somos seus espectadores. Elas não são nosso espelho. Por este aspecto é um livro reflexivo, que nos faz pensar sobre a vida e sobre o que as pessoas significam para nós, e também sobre como colocamos algumas num pedestal e esquecemos que elas são seres humanos como também nós o somos. E o que eu mais amo na escrita do John Green, é o fato de ele conseguir inserir tudo isso num livro de forma divertida e atraente, sem ficar tedioso e de uma maneira que consegue segurar o leitor até o final da história.


Arquivado em:Artigos, Cultura, LITERATURA Tagged: Cidades de Papel, John Green, resenha

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